O crescimento do uso das redes sociais teve um aumento direto no número da procura por cirurgias plásticas e procedimentos estéticos no Brasil.

Segundo informações da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), estima-se que, entre 2016 e 2018, o número de procedimentos cresceu em 18,3%. Em números, significa que foram realizadas mais de 1,7 milhão de cirurgias plásticas no país, dentro deste período.

Como razões para esse crescimento estão o aumento de linhas de financiamento, clínicas que oferecem parcelamentos, e consórcios que auxiliaram a popularizar a cirurgia plástica, e também uma preocupação com a aparência e o bem-estar que passaram a aumentar com a prática de tirar fotos e selfies nas redes sociais.

O que dizem os especialistas?

Embora seja algo de constante discussão entre especialistas, o consenso entre os cirurgiões plásticos é que não se deve fazer cirurgia plástica somente para ficar melhor nas fotos.

A busca da cirurgia plástica deve partir do que a pessoa vê no espelho e sente e não pela foto e o que os outros sentem sobre ela. Melhor dizendo:
A cirurgia plástica não pode ser uma escolha momentânea porque uma pessoa não ficou bem em uma foto, ou ainda porque alguém disse algo a ela sobre sua aparência em algum comentário nas redes.

Embora afete todas as idades, isso é especialmente verdadeiro no caso do público adolescente, que é grande usuário de redes sociais e, ao mesmo tempo, se encontra em uma fase da vida de mudanças no corpo que podem gerar frustrações e inseguranças. As redes sociais acabam influenciando no modo de enxergar o conceito de beleza, fazendo com que um grande número de adolescentes procure cirurgiões plásticos para tentar modificar algum aspecto do rosto ou do corpo que não tenham aparecido bem nas fotos das redes sociais. Há que se ter muito cuidado com esse pensamento, pois uma fotografia de celular, frequentemente, distorce as formas do corpo, não mostrando como elas realmente são. Cabe ao cirurgião orientar esses pacientes sobre essa visão incorreta que eles podem ter de si próprios, a fim de somente indicar cirurgia nos pacientes que tem indicação.

Outro ponto levantado pelos especialistas é que, embora a demanda de cirurgias plásticas tenha apresentado crescimento, isso gera uma necessidade maior de cuidado que as pessoas devem ter ao procurar profissionais pelas redes sociais.

Como evitar ciladas

Há muitos cirurgiões plásticos qualificados que utilizam as redes sociais para divulgar seu trabalho e consultório de forma consciente. Mas há profissionais que utilizam as redes sociais de forma antiética. Com a expansão das redes sociais, houve também, infelizmente, muitos oportunistas que enxergaram nelas um meio facilitado de captar pacientes em massa se utilizando de estratégias puramente mercadológicas que não respeitam o Código de Ética Médica. São perfis que tentam atrair pacientes com divulgação de preços de procedimentos, fotos e vídeos de pacientes sendo operados ou exibidos sem roupa em salas de consultório e filmagens de consultas que identificam os pacientes. Essas atitudes não são próprias de profissionais confiáveis, posto que violam as regras éticas que os médicos devem seguir e que visam proteger a privacidade da relação médico-paciente. A cirurgia plástica é uma especialidade médica, e não deve ser enxergada como uma mera relação comercial de compra e venda de produtos. Redes sociais de profissionais sérios devem ser realmente focadas em orientações sobre procedimentos, podendo oferecer o contato do cirurgião ou de seu consultório para maiores esclarecimentos mediante consulta médica. Cabe ressaltar que consultas médicas por meio de redes sociais não são permitidas, portanto não aceite esse tipo de conduta.

Por isso, é importante estar atento aos perfis relacionados à cirurgia plástica nas redes sociais e colocar em prática algumas dicas para evitar ciladas. Selecionamos algumas delas:

1. Pesquise as referências do perfil profissional que deseja seguir. Você pode começar com a Pesquisa na SBCP aqui. Cirurgiões plásticos certificados pela SBCP tem melhor qualificação para realizar cirurgia plástica do que aventureiros que não apresentam especialidade reconhecida.

2. Observe se há fotos de pacientes que já realizaram cirurgia plástica com o profissional ou no local. Se houver, não siga. Esse comportamento, como citado acima, é antiético, e não combina com um profissional sério.

3. Evite seguir perfis com postagens de valores de cirurgias plásticas ou preços promocionais, outro tipo de prática antiética a ser evitada.

As dicas acima podem fazer diferença na hora de escolher o cirurgião plástico.

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Fontes: O Sul / RFI

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